Até
ao século XIX acreditava-se que todos os seres vivos nasciam e permaneciam
imutáveis por todo o tempo. O criacionismo, que na época era a teoria mais
aceita dizia que toda a vida era obra de uma entidade maior, fato esse que servia
apenas para esconder o fato de que o conhecimento da época era insuficiente
para se criar uma explicação mais lógica acerca do assunto.
A
teoria do Criacionismo, no entanto, já não era satisfatória desde os tempos da
Grécia antiga. E com isso começaram a surgir, então, com o decorrer do tempo,
várias outras teorias alternativas baseadas na observação de fenômenos naturais
e entre outros, afim de se conseguir uma teoria mais lógica acerca do início da
vida em nosso planeta.
GERAÇÃO ESPONTÂNEA
Uma
das teorias que se perpetuaram por mais tempo foi a teoria da Geração Espontânea de Aristóteles,
teoria essa que foi aceita e adotada pela igreja católica da época. Esta teoria
afirmava que a vida poderia ser resultado da ação de um princípio ativo sobre uma
matéria inanimada, a qual se tornava, então, animada.
Essas
ideias continuaram a se manter como verdade até a era moderna, onde “Van
Helmont”, ainda acreditava que os
“cheiros dos pântanos criavam rãs e que um monte de roupas sujas daria origem a
ratos (ratos adultos, sim acredite) ”, entre outros exemplos que hoje parecem
bizarros, mas na época eram dados com certo. E por acreditar que a vida poderia
surgir de qualquer matéria inanimada, essa teoria foi então inserida na
designação geral de Abiogênese.
PRIMEIRAS IDEIAS CONTRÁRIAS A ABIOGÊNESE
Durante
o século XVII um naturalista e poeta chamado Francisco Redi, se disse contrário
às ideias de Aristóteles e sua teoria da geração espontânea, negando a
existência de um princípio ativo e ao mesmo tempo defendendo a tese de que
todos os organismos surgiriam a partir de inseminação por ovos.
Afim
de testificar sua teoria, Redi realizou uma experiência que se tornou acabou se
tornando um marco na ciência pelo fato de ser a primeira a utilizar um controle
em suas experiências. A sua experiência foi simplesmente colocar carne em 8
frascos, sendo que desses 8 frascos 4 deles ele deixou abertos (em contato com
o ar) e os outros 4 ele selou (evitando contato com o meio exterior).
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Experimento realizado por Redi |
Alguns
dias depois Redi verificou que os frascos abertos estavam cheios de moscas e de
outros vermes, enquanto que os frascos selados se encontravam livres de qualquer
contaminação. Até então sua experiência parecia realmente fazer a abiogênese
cair por terra. Porém, a descoberta do microscópio trouce a questão novamente à
tona. Com isso a teoria da abiogênese foi parcialmente colocada em uso
novamente, pois parecia ser a única teoria capaz de explicar o nascimento e crescimento
de microrganismos que eram visíveis apenas com o auxílio do microscópico.
Após
isso a discussão acerca da origem da vida se manteve até ao final do século
XVIII, quando o debate começou novamente, dessa vez por dois famosos cientistas
da época, Needham e Spallanzani.
O
primeiro deles, Needham, fez várias infusões e as colocou em frascos. Esses
frascos então foram aquecidos e deixados ao ar durante alguns dias. O que Needham
observou foi que as infusões eram rapidamente tomadas por vários
microrganismos. Ele então interpretou estes resultados sendo explicados pela
passada geração espontânea de microrganismos de Aristóteles.
Já
Spallanzani nos seus experimentos utilizou 16 frascos. Ele então ferveu diversas
infusões durante uma hora e as colocou em frascos. Dos 16 frascos, 4 foram
selados, 4 fortemente rolhados, 4 tapados com algodão e 4 deixados abertos em
contato direto com o ar. Com isso ele então verificou que a proliferação de
microrganismos se dava de forma proporcional ao contato com o ar. Spallanzani, interpretou
estes resultados com o fato de o ar conter ovos desses organismos, logo toda a vida
proviria de outra que já existia.
Porém,
Needham questionou veementemente seus resultados, ao afirmar que a fervura
teria destruído todo o princípio ativo presente nas infusões. E assim as
polêmicas sobre a Origem da Vida foram se mantendo até que...
OS EXPERIMENTOS DE LOUIS
PASTEUR
Pasteur,
em 1862, fez um experimento onde ele colocou diversas infusões em balões de
vidro, em contato com o ar. Fez então o alongamento dos pescoços dos balões à
chama, fazendo com que os pescoços ganhassem várias curvas. Pasteur ferveu os
líquidos até que todo o vapor saísse dos balões. Ele então verificou que, após
o resfriamento das infusões, estes permaneciam inalterados e também não se
apresentavam contaminados por microrganismos.
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Experimento de Louis Pasteur |
Para
exterminar de vez o argumento de Needham, quebrou alguns pescoços de balões, e
observou que rapidamente os líquidos ficavam infestados de organismos. Pasteur
então concluiu, assim, que todos os microrganismos se formavam a partir de
qualquer tipo de partícula sólida, transportada pelo ar. Nos balões intactos, a
entrada do ar pelos pescoços encurvados provocava a deposição dessas
partículas, impedindo a contaminação das infusões.
E
assim ficou definitivamente comprovado que a vida sempre surge de outra vida
que já existe.
Qualquer dúvida ou sugestão fique a vontade para deixar nos comentários!
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