Wuchereria Bancrofti e a Filariose


A Wuchereria bancrofti é um helminto que faz parte do filo Nematoda e é responsável por causar a filariose linfática no continente americano. A filariose linfática, que é popularmente conhecida por elefantíase, é uma enfermidade endêmica em regiões de muita pobreza e com clima tropical ou subtropical, afetando países como a China, Índia, Indonésia e porções leste, central e oeste da África.

Microfilária de W. bancrofti
A W. bancrofti possui diferentes formas evolutivas nos hospedeiros vertebrados, que neste
helminto corresponde aos humanos, e invertebrados, que são os mosquitos vetores. Essas formas evolutivas são representadas pelos vermes adultos, macho e fêmea, a microfilária e as larvas, que dividem-se em L1, L2 e L3. O verme adulto macho tem um corpo delgado e coloração branco leitosa; e mede de 3,5 a 4cm de comprimento, ou seja, não é um verme tão grande, e ele tem a extremidade anterior afilada e posterior enrolada ventralmente, que é conhecida como a cauda “saca rolha”. Já a fêmea também tem o corpo delgado e branco-leitoso e é um pouco maior que o macho, medindo de 7 a 10cm.

A microfilária, que também é conhecida como embrião, possui uma membrana externa delicada que funciona como uma bainha flexível; essa estrutura é importante por ser um dos critérios para o diagnóstico diferencial, já que alguns outros filarídeos encontrados no sangue não possuem essa bainha. A microfilária mede de 250 a 300 um (micrômetros) de comprimento e se movimenta ativamente na corrente sanguínea do hospedeiro.

Por fim, as larvassão encontradas no inseto vetor a larva L1, que é a de primeiro estágio, é a forma infectante para o mosquito e é originária da transformação da microfilária, a larva L2 é originada da diferenciação de L1 e é maior que ela, e a larva L3, que é a forma infectante para o homem, é proveniente da diferenciação de L2.

O Ciclo biológico da Wuchereria bancrofti é heteroxênico, já que envolve os dois tipos de hospedeiros, e inicia-se com o mosquito Culex quinquefasciatus, geralmente, mas também poderia ser por mosquitos dos gêneros Anopheles, Aedes e Mansonia. A fêmea do mosquito promove a hematofagia em pessoas parasitadas e assim ingere microfilárias que, no estômago do mosquito, após poucas horas, perdem a bainha, atravessam a parede do estômago do inseto, caem na cavidade geral e migram para o tórax, onde se alojam nos músculos torácicos e transformam-se em na larva L1. Seis a dez dias após o repasto infectante, ocorre a primeira diferenciação, originando a L2, que vai crescer muito e cerca de 10 a 15 dias depois vai sofrer a segunda diferenciação transformando-se na larva infectante para o homem (L3) que migra pelo inseto até alcançar o probóscide. Quando o inseto vetor vai fazer novo repasto sanguíneo, as larvas L3, escapam dos lábios, e penetram na pele do hospedeiro, migram para os vasos linfáticos, de preferência os mais calibrosos, entre os quais os inguinais e os axilares são os principais, e tornam-se vermes adultos. Sete a oito meses depois, as fêmeas grávidas produzem as suas primeiras microfilárias.

Ciclo biológico da W. bancrofti
O diagnóstico pode se dar de duas formas: a clínica e a laboratorial; no entanto o diagnóstico clínico é difícil devido à semelhança das alterações provocadas pela W. bancrofti com aquelas produzidas por outros helmintos com efeitos parecidos. Numa área endêmica, a ocorrência de febre recorrente associada adenolinfangite, que é a inflamação de vasos e gânglios linfáticos, alteração pulmonar e eosinofilia sanguínea pode ser indicativo da infecção filarial.



O diagnóstico laboratorial pode se dar pela pesquisa de microfilárias no sangue periférico; pela pesquisa de anticorpos e antígenos circulantes, que não é um método muito
adequado e assim não muito recomendado para o diagnóstico da bancroftose, já que não permitem distinguir indivíduos parasitados daqueles já curados ou aqueles não-infectados, mas constantemente expostos a antígenos do parasito na área endêmica. Pela pesquisa de DNA, já que estudos recentes têm mostrado que o PCR é bastante sensível para detectar DNA de W. bancrofti no sangue, na urina e até na saliva de pacientes; e pela pesquisa de vermes adultos, através da ultra-sonografia para detectar a presença e localização de vermes adultos vivos. Como teste auxiliar ao diagnóstico, pode também ser feito o diagnóstico da infecção no vetor, pela dissecção deste.
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Criador e Editor: Jhonny Feitoza

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